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Deixa ir

Não queria ter me tornado fria. Não por isso, não por ter aprendido a ser assim como uma forma de defesa, uma defesa de você. Agindo assim me sinto fraca, não há espaço pra minha armadura entrar em ação.

Não me permito mais sentir nada em relação a você. Sabe quando evito seus olhos, é só uma forma que achei pra não ceder aos meus sentimentos traiçoeiros, evito de todas as formas não me concentrar na sua voz. Não faço mais questão de notar o teu sorriso. Espero o quanto antes esquecer a forma como você sorrir e o som da sua risada. Os seus gestos, prefiro esquecê-los. Quando falam de você, não esboço nenhum tipo de expressão, não quero permitir que notícias suas penetrem em mim. Já não me pego mais pensando em você, não como antes. Não penso mais em nosso futuro. Não penso mais no modo plural.

Eu prometo até não mais te encontrar, te darei o tempo e o espaço para que possa me apagar e me afastar de vez. Como não escrevo para você, posso dizer que essa decisão doeu mais em mim do que poderia doer em você, eu estive envolvida do início ao fim, de corpo e alma, mente e coração. E como acredito no amor, jamais imaginei que você seria apenas mais um. Mas, você não foi apenas mais um, não é essa a palavra que te define. Isso ainda não consegui mudar, ainda não consigo encontrar palavras para definir você.

Foi em uma quinta à noite que vi você partir de vez. E enxerguei sua audácia em sequer despedir-se, então foi ai que percebi que não faz sentido querer encostar a minha vida na sua. Talvez eu que não tenha entendido bem o que você nunca disse. Você não teve medo do que estava fazendo, não pensou no que fez, não sentiu o que disse, apenas disse. Apenas balburdiou dezenas de palavras sem a menor capacidade de entender o que de fato cada uma delas carregava em sua essência. O que nos restou agora, a certeza de que amor nunca foi.

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